Brasil tem ao menos mais uma fronteira agrícola a ser descoberta.
Um dos maiores desafios da agropecuária no Brasil, a produção em solos arenosos, está ganhando um aliado cada vez mais forte: o avanço das pesquisas de entidades como a Embrapa. Quando as técnicas descobertas pelos pesquisadores, como o plantio direto, são aplicadas a estes solos mais pobres, com correção de fertilidade e sequência adequada de rotação de culturas, o resultado se traduz em alta produtividade e competitividade frente à agricultura praticada em outras fronteiras agrícolas. Este foi o tema da reportagem da série especial Embrapa em Ação.
Quem falou sobre o assunto foi o pesquisador da Embrapa Solos Pedro Luiz de Freitas, engenheiro agrônomo, mestre em hidrologia aplicada, doutor em agronomia e ciência do solo e pós-doutor pelo IRD/França. De acordo com Freitas, cerca de 8% a 10% do solos das áreas da agropecuária no Brasil são arenosos, ou seja, possuem menos que 15% de argila. Por isso a metodologia que pudesse levar alta produtividade a estas áreas significaria praticamente a abertura de uma nova fronteira agrícola – e sem a necessidade expandir a área que o Brasil destina ao agro atualmente.
O que viabilizou essa agricultura em solos arenosos foi o sistema de plantio direto, quando nós começamos a aplicar o conceito de que não se deve arar e gradear o solo, que se deve fazer uma rotação de culturas, que se deve manter culturas de cobertura, que se deve fazer o controle de tráfego. Aí nós conseguimos as altas produtividades nestes solos arenosos” apontou.
Outro ponto fundamental para alcançar níveis competitivos de produtividade nestes terrenos é saber diferenciar os solos arenosos, que podem ser compostos por diferentes texturas de areia. A areia fina, por exemplo, torna o ambiente mais favorável para a agricultura por facilitar retenção de água e o aumento do nível de matéria orgânica, retendo os nutrientes.
Entre as vantagens competitivas de usar estes solos, conforme apontou o pesquisador, está o fato de que muitas vezes as áreas estão próximas às capitais, com condições de logística privilegiada, perto dos grandes centros e mercados consumidores.
Freitas disse ainda que, além da agricultura, a pecuária também pode ser beneficiada porque em muitos solos do Cerrado, por exemplo, a forrageira indicada para fazer a cobertura do solo para o plantio direto é a Brachiaria ruziziensis.
Com a pastagem formada para cumprir posterior papel de proteger o solo, o produtor pode aproveitá-la ao longo de seu ciclo produtivo para engordar bovinos. O agrônomo reforçou ainda que para alcançar todo o potencial produtivo destes solos arenosos, o produtor deve buscar especialistas que possam indicar o melhor manejo do solo.
Fonte: Embrapa
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